É Inverno, está tão escuro e frio ...
Nunca uma noite tão longa se viu ...
Tudo se cala, a porta se cerra ...
Ninguém mais fala do que a noite encerra ...
As flores murcharam
Aves emigraram
E tudo dorme à face da Terra ...
E é então
Que debaixo do chão
Entre as raízes e a confusão
Algo desperta
Há gnomos alerta
Iluminando toda a escuridão
E devagar
E pé ante pé
Descem os gnomos
Pela chaminé
E sem ruído
Falam ao ouvido
Quando dormimos
Sem nos acordar
E contam histórias
Que fazem sonhar
Nos sonhos entram
Ficam a brilhar
Dão-nos presentes
Sonhos transparentes
Sonhos de luz
Para nos guiar ...
Chegou a altura
de irmos à procura
de uma outra luz que ilumine mais fundo ...
E brilha enfim
um Sol dentro de mim
O mesmo Sol que ilumina o mundo ..."
(Luísa Barreto, "Pelo caminho das fadas", 1997)